O que parece um paradoxo, na verdade é algo lógico. Para compreender, é preciso desfazer algumas concepções equivocadas sobre socialismo e capitalismo. Vamos lá.
Em primeiro lugar, diferentemente do que é propagado, o socialismo não é um regime que favorece os mais pobres, ou a distribuição de renda. Na verdade, o socialismo promove a pobreza, e a concentração de poder financeiro e econômico.
Em tese, num regime socialista, os meios de produção ficam na mão do Estado. Porém, “Estado” é um ente abstrato. O que existe são pessoas que controlam a estrutura do “Estado”, usualmente através de um partido, como ocorre na China, por exemplo.
Não por acaso, quando caiu o regime soviético, aparecerem diversos bilionários, da noite para o dia. Na verdade, eles sempre estiveram lá, e eram os reais donos das principais empresas e outros ativos no país. No socialismo real, cada grupo dentro do partido controla um feudo.
Nos regimes socialistas menos radicais, como os observados no Ocidente, há um certo direito à propriedade e certa liberdade de mercado, restritos por regulações e tributação crescente. Além disso, os estados podem conceder crédito subsidiado ou outros benefício a certas empresas.
Nesse ambiente, passa a ser objetivo dos capitalistas alcançar o maior poder político possível, tanto para proteger os seus negócios e propriedades, como para lucrar através do controle da máquina estatal. Esse é o principal ponto: CONTROLE!
Há um outro mito: grandes capitalistas seriam favoráveis ao livre mercado. ERRADO! Quem já está numa posição de domínio de um certo mercado não quer mais competição, quer ter menos concorrentes, para consolidar sua posição. O capitalista busca o monopólio ou um oligopólio.
A melhor forma para consolidar qualquer mercado nas mãos de uma ou de algumas empresas é a regulação. Quanto mais restritiva é a regulação, menos empresas tem condições de seguí-la. É por isso que um Mark Zuckerberg vai até o Congresso americano pedir por mais regulação.
Outro conceito errado é o da prevalência do poder econômico sobre o poder político. Ora, é justamente o contrário: o poder político está acima do poder econômico, apesar deles serem simbióticos. Numa canetada, um político pode tomar todo patrimônio de um bilionário, por exemplo.
Recentemente na China, isso ficou muito claro. Vários bilionários foram presos por supostamente terem praticado “corrupção” por ordem de Xi Jinping. Alguns sumiram. Foi um recado claro: você pode ter uma montanha de dinheiro, mas quem manda aqui é o Partido Comunista Chinês.
Alguém que tenha alcançado um alto grau de sucesso como empresário logo percebe que as suas posses e o seu poder econômico estão em risco sem o controle do poder político. E o poder político é mais fácil de ser consolidado quanto mais socialista for o regime.
O livre mercado anda de mãos dadas com a liberdade política, que por sua vez depende da descentralização do poder. Os Pais Fundadores dos EUA conseguiram criar esse tipo de arranjo, num projeto político CONSERVADOR, cujo foco é o indivíduo e sua comunidade: “we the people”.
Voltando ao Armínio Fraga, que é cria do George Soros: os dois alcançaram o sucesso financeiro no mercado, e buscam consolidar o seu poder através do controle político da sociedade. E isso só pode ser alcançado através do socialismo, nunca num projeto político conservador.
É por isso que George Soros, Armínio Fraga e outros da mesma laia passaram a investir bilhões de dólares em ONGs e outros aparelhos de extrema-esquerda, além de financiar políticos esquerdistas: o objetivo é implementar o socialismo e controlar o Estado desde cima.
O mais irônico é que esquerdistas em geral se apresentam como opositores dos ricos, quando na verdade são seus soldadinhos, operando a soldo desses super-ricos, contra a classe média, que é a verdadeira base de uma sociedade livre, como já ensinava Aristóteles.