No dia 19 de abril, o Brasil celebra o Dia do Exército Brasileiro, data que remete à primeira Batalha dos Guararapes, ocorrida em 1648 nos arredores de Recife. Esse confronto é, amplamente, reconhecido como o marco de origem do Exército — não apenas por seu significado militar, mas por representar um momento simbólico de união entre brancos, negros e indígenas, que lutaram, lado a lado, pela defesa do território.
Mais do que uma batalha, Guararapes tornou-se o berço simbólico da nacionalidade brasileira, forjada na pluralidade de seus povos e na resistência coletiva. É ali que se delineia a alma do Brasil: diversa, corajosa e determinada a permanecer unida.
A obra escolhida para inaugurar a série é o busto em bronze do Duque de Caxias, Patrono do Exército Brasileiro. Confeccionada em 1943 pelo Arsenal de Guerra do Rio de Janeiro, a escultura está exposta no saguão principal da sede Central do Clube Militar.
Marcando a data, o Clube Militar dá início à série “Acervo em Destaque”, uma iniciativa que visa apresentar ao público peças de seu acervo artístico e histórico, valorizando a memória e os símbolos que moldaram o País.
A peça retrata o Duque de Caxias em trajes militares de gala, com condecorações que evidenciam sua trajetória exemplar. Executada em bronze — material nobre, associado à durabilidade e solenidade —, a escultura impressiona pela fidelidade dos detalhes e pela força simbólica que transmite. O olhar firme e sereno do Patrono do Exército traduz a liderança ética, estável e patriótica que marcou sua atuação como pacificador do Império e defensor da unidade nacional. Mais do que um retrato, a obra materializa os valores que Caxias representa: honra, lealdade, disciplina e compromisso com a Pátria — inspirando respeito e reverência àqueles que servem ao País.
Se Guararapes representa o nascimento simbólico do Exército e da Nação, Caxias é a personificação dos ideais construídos desde então — fundamentos que permanecem vivos na história e na identidade brasileira.
Ao iniciar esta série, o Clube Militar convida todos a mergulharem na história viva de seu acervo — um patrimônio que transcende o tempo e nos reconecta às origens da nacionalidade brasileira.
Texto por: Fernanda Marques, Museóloga do Clube Militar.
