O Nosso dia D

Por: Sérgio Pinto Monteiro 8 de junho de 2022

A invasão da Normandia, em 6 de junho de 1944, ficou conhecida como o Dia D – Operação Overlord – na linguagem cifrada dos comandantes Aliados. A maior operação anfíbia da história marcou a retomada da França e culminou na derrota das forças do Eixo na II Guerra Mundial. Há 78 anos, tropas americanas, inglesas, canadenses e soldados da chamada França Livre, num total de cerca de 150 mil homens, desembarcaram nas praias de Omaha, Utah, Juno, Gold e Sword, na Normandia, norte da França.

Na gigantesca operação foram usados cerca de 5 mil navios, 1500 tanques, 8 mil veículos diversos e 12 mil aeronaves. As perdas também foram enormes. Só no dia D morreram mais de 4 mil militares aliados, com 9 mil feridos ou desaparecidos. As baixas alemães foram estimadas entre 5 mil e 9 mil mortos. A partir daquela operação militar, “DIA D” passou a significar data de evento marcante na História.

Muito se tem escrito, analisado e comentado sobre a notória crise político-institucional brasileira. Alguns integrantes da suprema corte do país, alçados à condição de magistrados por indicações políticas e/ou de conveniência, maculam o juramento de guardiões da Constituição, com decisões que violentam o estado de direito e a Carta Magna que juraram defender. Tais atitudes, quase sempre validadas pela Corte, têm caracterizado, indiscutivelmente, uma situação de CONFLITO entre os poderes da república, especialmente o Judiciário, representado pelo STF e pelo TSE, e o Executivo Federal. Por outro lado, o Senado da República, único órgão de estado constitucionalmente competente para responsabilizar e punir integrantes da corte suprema, permanece ausente, aparentemente acovardado ou cumpliciado aos que interpretam a Constituição à luz de seus interesses e conveniências político-ideológicas.

Há uma perigosa e indesejável insegurança jurídica instalada no país, cujos principais responsáveis seguem incólumes em sua sanha ativista e impatriótica. Parece-nos que esses maus cidadãos tornaram-se os principais inimigos públicos da Nação. Sua rejeição está presente em todos os setores da sociedade e no seio de parcela expressiva do povo, que já os identifica – e assim tem se manifestado nas ruas e redes sociais – como os algozes da Justiça, da liberdade e do direito de expressão. A “ditadura da toga” precisa ser DERRUBADA e substituída pelo verdadeiro Estado de Direito, onde a Democracia e seus valores fundamentais, como o respeito à LEI, à ORDEM e às INSTITUIÇÕES sejam acatados e a soberana vontade do povo brasileiro siga como o farol a nos direcionar na proteção e defesa da Pátria.

O DIA D da crise brasileira SE NOS AFIGURA MUITO PRÓXIMA. Quiçá, ao reverso, do 6 de junho de 1944, não seja necessário o sacrifício da vida e do sangue dos verdadeiros patriotas. Mas se esse for o preço da LIBERDADE, que seja feita a vontade do Criador e Senhor de Todos os Exércitos. Não desejamos confrontos. Sabemos que há irmãos brasileiros iludidos em sua boa fé por esses inimigos do país, ao contrário de outros compatriotas que têm sido ALVOS e VÍTIMAS do autoritarismo judiciário. Vamos mostrar-lhes o poder que emana de um grande povo. Quem sabe, ao final, possamos abraçar os que se deixaram enganar e com eles confraternizar. Mas se assim não for possível, lutaremos o bom combate no nosso Dia D. E como no passado, com Deus e pela Liberdade, seremos vencedores.

* o autor, 82 anos, é professor, historiador e oficial da reserva do Exército. É Patrono, fundador e ex-presidente do Conselho Nacional dos Oficiais da Reserva (CNOR). É membro da Academia Brasileira de Defesa, da Academia de História Militar Terrestre do Brasil e do Instituto Histórico de Petrópolis. É presidente do Conselho Deliberativo da ANVFEB e vice-presidente da Liga da Defesa Nacional – RJ. O artigo é pessoal.

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