Na Selva

Por: Gen. Ex. Villas Bôas 31 de outubro de 2023

Quando sobrevoamos a Amazônia, é comum observarmos, às margens de um grande rio ou lago, uma casinha isolada. Provavelmente estão assentadas sobre um flutuante, para acompanhar as mudanças do nível das águas.
É imperdível a oportunidade de conhecer aquela realidade, onde as pessoas sobrevivem graças à generosidade da natureza e das roças que abrem. O único equipamento que dispõe para qualquer emergência ou para abastecer-se é uma voadeira com um motor de popa ou uma rabeta.

Essa realidade cruel é desconhecida pelas pessoas encarregadas de decidir os destinos dos ribeirinhos, dos índios, das demais populações tradicionais e, até mesmo, de quem vive nas grandes cidades.
Assiste-se tristemente a Amazônia sendo vendida em troca do prestígio de nossos governantes junto às estruturas do poder mundial.

Nessa falta de sensibilidade, não só revelam indiferença com relação às populações como também ausência de patriotismo e desconhecimento histórico. Não sabem quanto suor e sangue foram derramados por:
Pedro Teixeira que garantiu posse desde o Rio Napo;
Raposo Tavares que fez o mesmo pelo que é hoje o Centro-Oeste;
Marechal Rondon, que ligou a Amazônia ao Brasil;
Veiga Cabral que expulsou os Franceses do Amapá;
Lobo Dalmáda que nos assegurou a posse de Roraima e Alto Rio Negro;
Marechal Thaumaturgo que garantiu os limites com o Peru;
Placido de Castro à frente dos seringueiros cearenses que expulsaram os Bolivianos;

Barão do Rio Branco que, com sabedoria e firmeza, transformou a posse de fato como de direito. Ou seja, a eles devemos um tributo pela grandeza do País. Se falharmos em defendê-la seremos desprezados pelas próximas gerações.
O caminho nos deixaram os Portugueses. A presença, da qual se desdobrarão os laços com os habitantes, conhecendo seus problemas encaminhando a solução para eles.

Sobretudo temos que enfatizar o adestramento coletivo e individual acompanhado de medidas que proporcione visibilidade.
Essa dualidade adestramento – visibilidade resultará a essencial dissuasão, principal papel das forças armadas em defesa de uma sociedade.
Essa atitude avulta de importância a cada ameaça dos governos estrangeiros, relativizando a soberania brasileira na Amazônia.

Sigamos as recomendações de Lobo Dalmáda a seus subordinados: “Julgando a causa justa, mesmo com inferioridade de meios, pedir proteção a Deus e agir ofensivamente”.

Selva!

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