Frustração e Esperança

Por: Major Brigadeiro Jaime Rodrigues Sanchez 24 de janeiro de 2022

Voltou a circular nas redes sociais um vídeo, de agosto de 2021, onde o jornalista comenta uma publicação da revista Fórum, informando que mais de 100 Generais, citando nomes de membros do governo Bolsonaro e do ex-Comandante do Exército, teriam sido promovidos a marechais “por baixo dos panos”.

A reportagem é tremendamente absurda, mentirosa e lesiva à moral e à reputação das Forças Armadas, conquistada simbolicamente a partir da expulsão dos holandeses e lapidada, continuamente, desde a criação da Marinha do Brasil, pelo amor e dedicação dos seus membros e à custa do sacrifício de milhares de vidas.

Tal disparate merecia, já naquela ocasião, enérgica e proporcional reação institucional pelas vias jurídicas, a qual foi substituída por simples explicações, desnecessárias e insuficientes para curar a ferida aberta nas almas castrenses.

Após a expectativa de um novo rumo, trazida pela eleição do aguerrido Capitão e a formação do seu “Estado-maior conjunto”, fomos vendo a esperança esmaecer ao sermos “conduzidos a depor debaixo de vara”; ter amaçado de confisco nosso mais sagrado celular; sermos proibidos de festejar nossa vitória contra o comunismo que batia à porta, possibilidade que agora se repete; chamados de fascistas e coniventes de genocídio; e, finalmente e mais grave, assistirmos cotidianamente nosso Comandante Supremo exasperar-se para combater o inimigo, sendo desafiado e constrangido por políticos corruptos, entidades aparelhadas e ativistas “plantados” numa Suprema Corte desmoralizada e militante, a serviço do mega ladrão, do PT e de todos os seus correligionários.

É frustrante ver nossa classe e a instituição que nos criou e que ajudamos a construir ser enxovalhada por gente da pior qualidade.
Não merecemos sequer ver seu nome pronunciado por verdadeiras caixas de esgoto, por onde transitam apenas a podridão e afirmações de desprezo a Deus, à família, à sociedade e à Nação.

Essa frustração não se traduz em descrédito aos Comandantes militares, por conhecermos a formação, a trajetória e os critérios que os conduziram aos cargos que hoje ocupam, mas geram a insegurança de ver o precipício aproximando-se em alta velocidade e o pedal do freio aparentemente desguarnecido.

É óbvio que é cômodo e desprovido de risco reagir quando não estamos investidos da responsabilidade do Comando. Entretanto, a experiência adquirida em décadas de serviço às Forças Armadas, com mais de uma década no alto escalão de planejamento e decisão, nos autoriza a cultivar a expectativa e, porque não dizer, a certeza de que dispomos de todas as informações estratégicas e os planos para os diversos cenários, capazes de interromper essa cruzada pelo retorno ao passado corrupto e devastador do qual nos livramos temporariamente.

Recusamo-nos a acreditar que esse silêncio seja fruto da leniência e cultivamos a esperança de que a reação virá em tempo oportuno e na intensidade necessária a recolocar nossa Pátria em seu devido lugar.

BRASIL ACIMA DE TUDO, DEUS ACIMA DE TODOS.

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