A gratidão é um dever. Contudo, poucos de nós a cultivamos.
Por temperamento, às vezes nos retraímos quando deveríamos exteriorizar o sentimento.
Por não traduzirmos os tesouros da boa palavra e da gentileza, esses tesouros vão enferrujando nos cofres do nosso coração.
Quantas dádivas, oportunidades recolhemos sem dizermos nada além de uma formal expressão de reconhecimento.
E a gratidão não faz bem somente a quem lhe recebe a manifestação, aquecendo-lhe o coração. Também reconforta quem a oferece.
Conta-se que, durante a sua luta pela conquista da liberdade, os Estados Unidos tiveram a ajuda de um nobre francês de nome Lafayette, que logo se tornou amigo de George Washington e o tomou por ideal.
Em 1824, já idoso, Lafayette visitou cada Estado e território da União, recebendo muitas honrarias. Eram recepções, bailes, jantares que se sucediam.
Numa das recepções, apresentou-se na fila de convidados para saudar o velho nobre francês, um soldado vestido com um uniforme todo roto.
Nas mãos trazia um mosquete e, ao ombro, um pedaço de cobertor.
Quando chegou frente a Lafayette, o veterano bateu continência e perguntou: Sabe quem eu sou?
Na verdade não posso dizer que sim, respondeu com franqueza.
Pois vou lhe avivar a memória, general. Numa noite gélida, o senhor fazia a ronda. Encontrou um sentinela com roupas leves e sem meias. Estava quase morrendo congelado. O senhor lhe tomou das mãos a arma e ordenou:
“Vai à minha cabana. Lá encontrarás meias, um cobertor e fogo. Depois de te aqueceres, traze o cobertor para mim. Enquanto isso, eu ficarei de guarda.”
O soldado obedeceu as ordens. Quando voltou para o posto, o senhor rasgou o cobertor em dois pedaços. Ficou com uma das partes e deu a outra ao sentinela.
General, aqui está uma das metades daquele cobertor, pois eu sou o sentinela cuja vida o senhor salvou.
A regra de ouro é sempre bendizer àqueles que nos ofertam assistência e auxílio.
Não nos cabe desconsiderar a gratidão como o gesto de ternura, a palavra cálida, a atenção gentil, o sorriso expressivo de afeto espontâneo.
Doemos sempre nossa expressão de reconhecimento aos que se tornam nossos protetores na Terra, não esquecendo de que eles representam a materialização do amor de nosso Pai, na dura jornada que nos cabe trilhar.
Você sabia?
…que Lafayette tinha somente dezenove anos de idade quando deixou o seu país para lutar pela liberdade americana?
E que, ao chegar aos Estados Unidos, disse que fora lá para aprender, e não para ensinar?
Em nome da amizade que devotou a George Washington deu ao próprio filho o nome de Washington.
Redação do Momento Espírita, com base no texto Fraternidade de
longa data, de Fanny E. Coe, de O livro das virtudes, v. 2, de William
J. Bennet, ed. Nova Fronteira e no cap. 26 do livro Convites da vida,
pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
Em 19.6.2024