Sou leitor assíduo de João Ubaldo Ribeiro há muitos anos, desde seu primeiro livro “setembro não tem sentido” publicado em 1987. Desde então compro e leio seus livros tão logo editados. Assim foi em 2004 quando li, pela primeira vez, o título “você me mata mãe gentil”.
Tenho também, por hábito, fazer a releitura de tudo que leio alguns anos depois, pois acredito que só assim podemos entender, em toda profundidade, a ideia do autor. Fiel a este hábito, estou relendo em 2022 o livro de 2004 e fiquei surpreso ao ler a crônica com o título “está ficando difícil”, escrita em 2000, na qual João Ubaldo comenta, com a costumeira elegância e forte indignação, um evento policial ocorrido no Rio de Janeiro envolvendo a tortura e morte de uma jovem. Em seu relato indignado ele denuncia o despreparo da polícia, a indiferença da sociedade diante do fato horrendo, ironiza os que apelam para uso do Exército na segurança pública e conclui pela necessidade de uma reforma radical na política, a seu ver a única culpada pela situação calamitosa da segurança no país, sob pena de não termos futuro senão a insegurança, o desespero e o caos.
Pois bem, ao ler este texto, vinte e dois anos depois de escrito, constato assombrado que pouca coisa mudou, ele está atualizadíssimo. O despreparo da polícia é flagrante, motivado por armamento obsoleto, preparo deficiente, salários defasados e incompatíveis com a função, que inclui risco permanente de vida; o desprezo da população pela instituição policial, continua presente, insuflada pela solerte campanha de desmoralização, patrocinada pela grande mídia, dominada pela esquerda, que glamouriza o bandido e sataniza a polícia.
Em decorrência da massificante veiculação de notícias policiais pela mídia, hoje, vinte e dois anos depois, incrementada pelas redes sociais, que vulgarizam a vida e os valores morais, a sociedade ainda é insensível a estes comportamentos, achando-os normais como fatos da vida cotidiana, o que representa uma tenebrosa inversão de valores com consequências desastrosas. Por fim, tanto ontem, como hoje e no futuro, a alternativa de utilização das forças armadas na segurança pública permanece inviável por ser incompatível com sua destinação constitucional.
Nestes dezoito anos sofremos, por quinze com o desgoverno de esquerda,cujas principais realizações foram: as tentativas de destruição do conceito de família, com a nefasta ideologia de gênero; a implantação sistemática da roubalheira institucional; a glamourização da bandidagem e a permanente desconstrução do aparato policial, ações que, não fosse sua interrupção, pela inesperada eleição de Bolsonaro, em 2018, teriam destruídoo País levando a sociedade à insegurança, ao desespero e ao caos, como previstopor João Ubaldo em sua crónica. O estrago perpetrado por este nefasto período foi considerável e levará, talvez, uma geração para que estas ideias de esquerda sejam superadas e o País recupere o caminho do desenvolvimento. É preciso, no entanto, enquanto isto, estar atento e vigilante para que esta era petista não retorne, pois este seria o caminho inevitável para implantação do comunismo em nosso País.
O cenário político no continente americano é preocupante, pois o Brasil está cercado ao longo de suas fronteiras por países com regime de esquerda, salvo Equador, Uruguai e Paraguai. Isto representa um perigo latente, uma vez que estes regimes tendem a interferir na política dos vizinhos apregoando as benesses de suas ideias socializantes, a exemplo de Cuba, contando com o beneplácito do governo de esquerda de Biden. Mais do que nunca, as instituições democráticas e os valores cristãos devem ser defendidos e enfatizados, por todos os meios, na sociedade e praticados, pelo exemplo, por todos aqueles que almejam viver em LIBERDADE.