Está ficando difícil

Por: CMG Carlos Alberto Briggs Vasconcellos 12 de agosto de 2022

Sou leitor assíduo de João Ubaldo Ribeiro há muitos anos, desde seu primeiro livro “setembro não tem sentido” publicado em 1987. Desde então compro e leio seus livros tão logo editados. Assim foi em 2004 quando li, pela primeira vez, o título “você me mata mãe gentil”.

Tenho também, por hábito, fazer a releitura de tudo que leio alguns anos depois, pois acredito que só assim podemos entender, em toda profundidade, a ideia do autor. Fiel a este hábito, estou relendo em 2022 o livro de 2004 e fiquei surpreso ao ler a crônica com o título “está ficando difícil”, escrita em 2000, na qual João Ubaldo comenta, com a costumeira elegância e forte indignação, um evento policial ocorrido no Rio de Janeiro envolvendo a tortura e morte de uma jovem. Em seu relato indignado ele denuncia o despreparo da polícia, a indiferença da sociedade diante do fato horrendo, ironiza os que apelam para uso do Exército na segurança pública e conclui pela necessidade de uma reforma radical na política, a seu ver a única culpada pela situação calamitosa da segurança no país, sob pena de não termos futuro senão a insegurança, o desespero e o caos.

Pois bem, ao ler este texto, vinte e dois anos depois de escrito, constato assombrado que pouca coisa mudou, ele está atualizadíssimo. O despreparo da polícia é flagrante, motivado por armamento obsoleto, preparo deficiente, salários defasados e incompatíveis com a função, que inclui risco permanente de vida; o desprezo da população pela instituição policial, continua presente, insuflada pela solerte campanha de desmoralização, patrocinada pela grande mídia, dominada pela esquerda, que glamouriza o bandido e sataniza a polícia.

Em decorrência da massificante veiculação de notícias policiais pela mídia, hoje, vinte e dois anos depois, incrementada pelas redes sociais, que vulgarizam a vida e os valores morais, a sociedade ainda é insensível a estes comportamentos, achando-os normais como fatos da vida cotidiana, o que representa uma tenebrosa inversão de valores com consequências desastrosas. Por fim, tanto ontem, como hoje e no futuro, a alternativa de utilização das forças armadas na segurança pública permanece inviável por ser incompatível com sua destinação constitucional.

Nestes dezoito anos sofremos, por quinze com o desgoverno de esquerda,cujas principais realizações foram: as tentativas de destruição do conceito de família, com a nefasta ideologia de gênero; a implantação sistemática da roubalheira institucional; a glamourização da bandidagem e a permanente desconstrução do aparato policial, ações que, não fosse sua interrupção, pela inesperada eleição de Bolsonaro, em 2018, teriam destruídoo País levando a sociedade à insegurança, ao desespero e ao caos, como previstopor João Ubaldo em sua crónica. O estrago perpetrado por este nefasto período foi considerável e levará, talvez, uma geração para que estas ideias de esquerda sejam superadas e o País recupere o caminho do desenvolvimento. É preciso, no entanto, enquanto isto, estar atento e vigilante para que esta era petista não retorne, pois este seria o caminho inevitável para implantação do comunismo em nosso País.

O cenário político no continente americano é preocupante, pois o Brasil está cercado ao longo de suas fronteiras por países com regime de esquerda, salvo Equador, Uruguai e Paraguai. Isto representa um perigo latente, uma vez que estes regimes tendem a interferir na política dos vizinhos apregoando as benesses de suas ideias socializantes, a exemplo de Cuba, contando com o beneplácito do governo de esquerda de Biden. Mais do que nunca, as instituições democráticas e os valores cristãos devem ser defendidos e enfatizados, por todos os meios, na sociedade e praticados, pelo exemplo, por todos aqueles que almejam viver em LIBERDADE.

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